Apagão deixa Portugal e parte da Europa no escuro: causas seguem em apuração
Falha elétrica de grande escala interrompe serviços, causa transtornos em aeroportos e levanta dúvidas sobre a segurança da rede europeia

Na tarde de segunda-feira (28), um apagão de grandes proporções atingiu Portugal continental e partes da Europa Ocidental, provocando paralisações em transportes, comunicações e infraestrutura urbana. A falha, que teve início por volta das 12h30 (hora local), durou várias horas e afetou milhares de pessoas, com destaque para os impactos sentidos em Lisboa e no norte do país.
Transportes e serviços paralisados
Em Lisboa, o metrô parou completamente, semáforos ficaram inoperantes e as redes de telefonia sofreram falhas, especialmente em chamadas de voz. O Aeroporto Humberto Delgado chegou a suspender operações por mais de nove horas, com voos cancelados e passageiros evacuados das áreas de embarque. Hospitais e outros serviços essenciais ativaram geradores de emergência para garantir o funcionamento mínimo.
As regiões autônomas da Madeira e dos Açores não foram afetadas, uma vez que operam com sistemas elétricos independentes do continente.
Causas ainda indefinidas
As autoridades portuguesas trabalham com duas hipóteses principais. A primeira envolve um fenômeno atmosférico raro — a chamada “vibração atmosférica induzida” — que pode ter causado instabilidades nas linhas de alta tensão. A segunda possibilidade aponta para um problema na rede espanhola, onde um aumento súbito de tensão pode ter desencadeado o colapso energético.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou que a origem do apagão está sendo investigada com o apoio de técnicos da Espanha, mas evitou apontar responsabilidades definitivas. Do lado espanhol, o governo mantém cautela e reforça que ainda não há elementos conclusivos sobre o que motivou a pane.
Reações internacionais e recuperação
Em resposta ao apagão, países vizinhos como França e Alemanha declararam não ter sido afetados e garantiram que suas redes elétricas estão preparadas para lidar com instabilidades, graças a sistemas de proteção mais robustos. Em Andorra, a interrupção foi rapidamente resolvida após a conexão automática à rede francesa.
Em Portugal, a normalização do fornecimento de energia ocorreu de forma gradual. Até a manhã desta terça-feira (29), 100% das subestações já haviam sido restabelecidas, com 99,95% da demanda energética suprida, segundo a REN – Redes Energéticas Nacionais.
Debate sobre a resiliência energética
O incidente reacendeu discussões sobre a segurança das infraestruturas elétricas na Europa e a necessidade de reforçar mecanismos de resposta rápida a falhas em redes interligadas. Especialistas defendem maior investimento em resiliência, monitoramento climático e cooperação transnacional para evitar colapsos em cascata como o registrado nesta semana.
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